Se você quiser proteger seu cérebro, em vez de tomar pílulas de vitamina, concentre-se em manter o resto do seu corpo bem com exercícios e hábitos saudáveis, aconselham novas diretrizes para prevenir a demência.

Atualmente, cerca de 50 milhões de pessoas sofrem de demência, sendo a doença de Alzheimer o tipo mais comum. São 10 milhões de novos casos por ano, estima a Organização Mundial de Saúde.

Embora a idade seja o principal fator de risco, a demência não é uma consequência natural ou inevitável do envelhecimento. Muitas condições e comportamentos de saúde afetam as chances de desenvolver a doença.

Segundo Maria Carrillo, diretora-chefe de ciências da Associação de Alzheimer, estudos sugerem que um terço dos casos é evitável.

“Como a demência é atualmente incurável e muitas terapias experimentais falharam, concentrar-se na prevenção pode nos dar mais benefícios a curto prazo”, disse Carrillo.

O Instituto Nacional sobre Envelhecimento dos EUA recomenda a prática de exercícios frequentes; tratar condições de saúde, como diabetes, pressão alta e colesterol alto; ter uma vida social ativa e evitar ou reduzir hábitos prejudiciais, como fumar, comer demais e beber muito álcool.

Comer bem e, se possível, uma dieta de estilo mediterrâneo pode ajudar a prevenir a demência, apontam as diretrizes. Entretanto, o uso de pílulas de vitamina B ou E, óleo de peixe ou suplementos polivitamínicos que são promovidos para a saúde do cérebro podem acarretar em prejuízos à saúde.

“Atualmente, não há evidências que mostrem que a ingestão desses suplementos reduzem o risco de declínio cognitivo e demência, e, de fato, sabemos que em altas doses podem ser prejudiciais”, disse a Dra. Neerja Chowdhary, da OMS. “As pessoas deveriam estar procurando por esses nutrientes através da comida, não em suplementos”, concordou Carrillo.